A chuva em todo seu ímpeto fomenta os meus sonhos prematuros.
Contemplo – a como contemplo o infinito.
A natureza se rejuvenesce num banho colossal.
Todo o medo mundano se esvai, deixando um espaço aqui dentro. O pequeno espaço cresce a um tamanho significante, engrandece, vira prazer. Junto aos prazeres dessa noite, que até agora estava quente demais.
Assim como o meu mundo que acostumou a acalentar os ambientes tenros e pesados.
Mas vem o banho e o banho lava a mente e a alma.
La fora, em meio às luzes amarelas, a cidade descansa. A pobrezinha nem se faz notar que se cura, fica mais pura.
Todos dormem. Ninguém vê nada, porque o que há deles verem, senão gotas caindo do céu?
Volto aos meus sonhos. Ouço a singularidade musical das gotas que tanto limpam.
Permaneço nessa janela recebendo a brisa celeste. Recompensa pelo dia difícil.
Desejo mais uma vez compartilhar “isso” com uma mão delicada e um par de olhos profundos.
Encosto a cabeça na janela, cansado e melancólico.
Saboreio a saudade
As árvores dançam e a chuva continua.
Só continua...
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