quinta-feira, 3 de março de 2011

Exercitando a cura

A chuva em todo seu ímpeto fomenta os meus sonhos prematuros.

Contemplo – a como contemplo o infinito.

A natureza se rejuvenesce num banho colossal.

Todo o medo mundano se esvai, deixando um espaço aqui dentro. O pequeno espaço cresce a um tamanho significante, engrandece, vira prazer. Junto aos prazeres dessa noite, que até agora estava quente demais.

Assim como o meu mundo que acostumou a acalentar os ambientes tenros e pesados.

Mas vem o banho e o banho lava a mente e a alma.

La fora, em meio às luzes amarelas, a cidade descansa. A pobrezinha nem se faz notar que se cura, fica mais pura.

Todos dormem. Ninguém vê nada, porque o que há deles verem, senão gotas caindo do céu?

Volto aos meus sonhos. Ouço a singularidade musical das gotas que tanto limpam.

Permaneço nessa janela recebendo a brisa celeste. Recompensa pelo dia difícil.

Desejo mais uma vez compartilhar “isso” com uma mão delicada e um par de olhos profundos.

Encosto a cabeça na janela, cansado e melancólico.

Saboreio a saudade

As árvores dançam e a chuva continua.

Só continua...

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